OS PESCADORES
ARTESANAIS vivem em ilhas, canais de rio e mar e encostas de praias, distantes dos centros urbanos; em locais de difícil acesso, espalhados por toda a costa brasileira.
Confeccionam suas próprias redes, remos e canoas, enfrentando o mar com muita coragem e dificuldade.
São explorados de diversas formas por muitos que se aproveitam da precária condição em que vivem:
OS ATRAVESSADORES
Que compram seus peixes a preços baixíssimos.
OS GRILEIROS
Que usurpam as terras pertencentes às suas famílias há séculos.
OS TURISTAS
Muitos pagam uma ninharia pelo trabalho doméstico em suas casas de veraneio e aos que servem de guias para suas pescarias.
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Possuem linguajar próprio
A maneira diferente de utilizar a língua, faz dos pescadores um povo ainda mais peculiar.
Um exemplo: Na região de São Paulo, a palavra "muito" significa quase nada, enquanto a palavra "pouco" quer dizer abundância. Como usam "matar" ao invés de "pescar".
Uma boa pescaria é descrita por eles assim:
"Hoje matamos pouco peixe!"
Sua estrutura familiar é diferente
Em sistema patriarcal, com a figura do pai como autoridade absoluta e as mulheres e crianças colocadas num plano muito inferior.
Na região sul e sudeste reúnem-se com frequência ao redor do fogo para ouvir a "palavra dos antigos", onde as experiências dos mais velhos são passadas às gerações mais novas.
Seus costumes são diferentes
Enquanto no meio urbano as pessoas norteiam suas atividades pelo dia e pela noite, os pescadores o fazem pelo subir e pelo baixar da maré.
Quando a maré traz consigo o peixe, o pescador estará no mar. E isso pode acontecer tanto de manhã, como à tarde, à noite ou de madrugada!
Por causa dessa exploração, os pescadores tornam-se fechados e desconfiados de todos que visitam suas comunidades.
Geralmente são desprovidos de recursos financeiros e em suas comunidades não há saneamento básico, escolas e assistência médica adequada. Os altos índices de analfabetismo e mortalidade infantil fazem dos pescadores artesanais um dos grupos mais carentes do país.
OS RIBEIRINHOS são povos que vivem tradicionalmente nas margens dos rios, cujas vidas estão profundamente integradas aos ciclos de enchente e seca desses rios.
Embora, também sejam localizados em várias partes do país, é no vasto território da Amazônia que encontramos a maior parte desses povos espalhados pelos inúmeros rios da região. Muitas vezes vivendo em localidades marcadas pelo distanciamento das cidades e pelo isolamento geográfico.
Em relação ao Evangelho, a maioria das comunidades tradicionais num raio de 100 Km das principais cidades já foram alcançadas.
Os maiores desafios se encontram em áreas mais distantes e com acesso mais difícil. Estima-se que existam 10 mil comunidades não alcançadas pelo Evangelho (dados 2017) e 1 milhão o número de pessoas não alcançados na região amazônica.
É um povo muito simples e inteligente
Vive de forma cultural parecida com a dos aborígines, pois têm um líder que nem sempre é respeitado como tal e um religioso que às vezes é tido como rezador ou feiticeiro. Vivem em uma sociedade de cultura tribal, explorado pela cultura feudal dos resgatadores e pela indústria do extrativismo
"O que é meu,
é de todos!
Relacionam-se de forma tribal, tudo é de todos, e por este motivo às vezes não se importam em dividir objetos que os interessam; o homem exerce a caça e a pesca e a mulher o cuidado familiar, o qual vai desde o tecer até o preparar e educar os filhos
Enquanto as mulheres administram a educação e a economia familiar, exercendo um papel fundamental nas comunidades, influenciando na administração dos bens, patrimônio e agricultura...
Os homens têm uma postura um tanto passiva em relação à educação dos filhos, não seguindo nenhum padrão tido como normal, seus filhos são criados meio “soltos”.
Eles utilizam água do rio ou coletada da chuva, algumas comunidades tem o solo infectado por hepatite delta e não podem cavar poços. Não costumam criar animais, por atrair predadores, e suas lavouras dependem do ciclo das enchentes. A maioria vive de pesca, plantio e venda de mercadorias ou serviços. No período de janeiro a março a castanha é o principal lucro para os ribeirinhos e indígenas.
Com a chegada de antenas de internet nas escolas ribeirinhas, eles acabam tendo muito contato com a globalização. Um grande êxodo rural tem ocorrido nos últimos anos, sendo a maioria e jovens em busca de estudos e emprego. Acabou-se por nascer um grupo diferenciado nas maiores cidades da beira rio, que são os ribeirinhos urbanos.
Eles mantêm grande parte da cultura ribeirinha enquanto luta para sobreviver na cidade, num nível mais baixo da escala social. Isso acarreta problemas sociais, pois esses jovens acabam tragados por grupos maliciosos que os usam para atos ilegais em troca de proteção, as chamadas facções.